COLUNA KATIA VELO – JORNAL FOLHA DA MULHER ABRIL 2015

COLUNA KATIA VELO – JORNAL FOLHA DA MULHER ABRIL 2015

COLUNA I

BOAS IDEIAS CONTAGIAM

Campanha iniciada em rede social ultrapassa expectativas

No dia 19 de março, aniversário de São José dos Pinhais, foi ao ar na 1ª. edição do PARANÁ TV, reportagem sobre a visita de Nyltow Rafael a Escola Evolutiva. Nyltow possui uma grave doença (fibrose pulmonar idiopática) e devido aos tratamentos a que é submetido e os cuidados especiais, não pode frequentar a Escola. Apesar das limitações impostas pela doença, Nyltow encanta a todos pelo jeito meigo e por sua determinação. Toca sete instrumentos, pinta quadros, dá aulas de pintura e seu sonho é realizar uma exposição em Paris.

Tudo começou quando lancei uma campanha das nas redes sociais para arrecadar materiais artísticos para o Nyltow Rafael. A Escola Evolutiva prontamente adotou a ideia e fez uma doação. Mas, a repercussão da história do menino sensibilizou todos os professores. A professora de Ética e Cidadania, Ana Paula Medeiros, exibiu para os alunos a reportagem do Globo Repórter sobre o Nyltow. Sensibilizados, os alunos demonstraram o desejo em conhecê-lo. O encontro foi marcado e Nyltow e a sua família conheceram a Escola. Passando de sala em sala, Nyltow  conheceu os alunos do 5ª. ao 9º.ano e recebeu cartinhas feitas pelos alunos com palavras de incentivo e motivação. As cartas foram feitas com a colaboração da professora de língua portuguesa, Juliana França. Depois de muita conversa e diversão, Nyltow e a família foram a minha casa receber materiais artísticos doados em campanha. O envolvimento da escola, dos alunos e dos apoiadores da campanha foram fundamentais para que uma simples ideia pudesse se tornar realidade.

A reportagem teve ampla repercussão, principalmente no meio acadêmico, tanto que o professor e presidente Norman de Paula Arruda Filho, do ISAE/FGV apresentou em sala de aula no  Mestrado Profissional em Governança e Sustentabilidade o vídeo sobre o encontro. “O objetivo é inspirar os alunos a serem os protagonistas da mudança que o mundo precisa, assim como o Nyltow, que mesmo com pouca idade e suas limitações, tem liderado um processo de transformação de paradigmas e visões de mundo. A atitude da Escola Evolutiva ao compartilhar e sensibilizar seus estudantes quanto à valorização do ser humano, nos mostra que para inspirar valores e princípios independe da idade. E essa é uma das grandes missões da educação.” declarou o professor.

A doação de material já  rendeu frutos, tanto que dia 07 de abril, Nyltow Rafael realizou sua primeira exposição individual na abertura do Museu em Campo Largo. O Nyltow é um exemplo de que podemos transformar nossos desejos em realidade, mas para isto é preciso muita dedicação. A participação da família também foi fundamental.

Para assistir ao vídeo, acesse: http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/curitiba/v/nyltow-da-mais-um-exemplo-de-superacao/4047251/

Doadores: Claudio Tiburtius Molduraria, Claudia de Lara, Denise Rangel de Abreu, Escola Evolutiva,  Katia Velo,  Mari Weight, Neyd Montingelli e Solar do Rosário.

 

 

COLUNA II

OUTONO

 Momento de preparar-se para o inverno,  de refletir, de  atenção. A cada dia, a cada estação, novos desafios!

MÃE NATUREZA

Nada é para sempre! Todos nos sabemos disto. Porém, teimosos que somos, a natureza sempre tão sabia e bela, busca nos ensinar. Ela é como uma mãe brava e punitiva, muitas vezes pode até nos parecer cruel.  As verdadeiras mães são sempre justas. O antagonismo do tempo e temperatura: frio e calor, chuva e sol, brisa e ventania parece nos transmitir alguma lição. Embora o tempo seja implacável,  as estações do ano colaboram para que possamos entender que cada momento é especial e necessário. Não devemos pular etapas. Não podemos viver eternamente na primavera!

CIGARRA OU FORMIGA?

Pode parecer estranho, em pleno século XXI, recorrer a uma fábula, mas, desde sempre, elas serviram para simplificar e provocar reflexões éticas e morais. Na fábula clássica criada pelo autor grego Esopo, “A formiga e a cigarra”, está explícito que se deve trabalhar e não “gazetear”, pois o futuro pode ser trágico para os descomprometidos com a labuta. Infelizmente, hoje, esta situação inverteu-se e a formiga virou chacota. Cotidianamente temos inúmeros exemplos e, portanto, constatamos a bendita cigarra triunfante com seu jeito festeiro e alegre “seduzindo” seus ouvintes. As formigas ficaram do lado de fora da toca com frio e fome, enquanto a cigarra canta alegre e faceira. Não acho justo o que fazem com as formigas. Por outro lado, eu como amante da  Arte, aprecio a cantoria da cigarra. Afinal, ela diverte a todos, inclusive pode cantar para alegrar as formigas enquanto trabalham, tenho certeza que o trabalho seria ainda melhor. Assisti a esta releitura da fábula em peça teatral lindamente apresentada no Museu do Boneco Animado. E na peça, como toda história romântica, formigas e cigarras viveram felizes para sempre!

 

TEMPO PARA TUDO

Acredito que o problema não são as cigarras e sim as pragas que atacam a lavoura. Tratando-se de plantação, há tempo para tudo. Escolher a terra, colocar adubos.  Uma terra fértil é sinal de boa colheita. Tentar plantar uma boa semente em uma terra árida é quase um trabalho inútil. Depois, temos que escolher as melhores e mais adequadas sementes. Precisamos pensar no lugar, no clima, na quantidade de sol. Não adianta a gente colocar uma semente, mesmo que a terra seja boa e fértil em desacordo com o clima na região.  Então, depois de cultivar a terra, escolher e plantar a semente, é preciso cuidar e esperar.  E não adianta você querer colher algo diferente do que plantou. Plante cebolas (não vai adiantar chorar) colherá cebolas!  E, mesmo depois de cuidar da terra, escolher a semente, cuidar para que cresça forte e saudável, é preciso ainda contar com a mãe natureza para poder colher os frutos do trabalho. Se em todas as etapas você teve êxito, a colheita também tem seus meandros. Não poderá colher o fruto verde ou maduro demais, pois em ambos os casos, certamente será imprópria para consumo, ou pelo menos, desagradável para o paladar. Agora, se você preparou a terra, escolheu e plantou a semente, esperou, cuidou e colheu no tempo certo, não há nada mais gostoso e doce do que saborear este momento sublime de união com a mãe natureza.  Da terra viemos e a ela retornaremos. Entre estes dois momentos, o que deixaremos?